Nossas Produções - Luiz Fernando Neves Origuela

Venho de uma família humilde. Não convivi com a pobreza extrema, mas não tínhamos grandes recursos. Minha avó paterna era analfabeta e meus pais não tinham muita escolaridade. Meu pai (já falecido) cursou até o 6º ano do Ensino Fundamental; minha mãe, até o 5º ano. No entanto, mesmo sem ter consciência do que estavam fazendo, foram meus pais os maiores incentivadores para que eu tomasse gosto pela leitura. Quando eu era ainda uma criança (três anos de idade, aproximadamente), quase um bebê, meus pais compraram uma vitrola (Sim! Sou da época da vitrola... Meu Deus, como estou velho! rsrsrsrs!). Logo depois, foi lançada uma coleção de vinil, em compacto disco (LP's pequenos), de vários textos literatos, contos de fadas, destinada ao público infantil. Esses LP's eram pequenos e coloridos. Lembro-me até hoje que o vinil de Chapeuzinho Vermelho era vermelho. Então, eu pedia para ouví-los. Meus pais ligavam a vitrola, colocavam os discos e eu me deitava no chão, ao lado ou em frente à vitrola para escutar aquelas maravilhosas histórias. Fechava meus olhos e ficava as ouvindo e imaginando. Me recordo, com saudades, daquela época. Fui alfabetizado pela escola. Sempre fui aluno de escola pública. Quando aprendi a ler e a escrever, descobri que as magníficas histórias que ouvia pela vitrola, podiam ser encontradas nos livros. Só que não havia livros em minha casa. Começei, então, a ler os livros que familiares e amigos da família tinham, quando fazíamos visitas em suas casas. Devorava até coleções de Geografia e História. Minha primeira grande leitura foi "Zezinho, o dono da porquinha preta", da Coleção Vagalume. Li quando estava na antiga 4ª série do 1º Grau. Depois dela, vieram outras, inclusive os clássicos. Outro livro muito importante na minha infância foi "O menino do dedo verde", do escritor francês Maurice Druon. Hoje, tenho uma biblioteca particular em casa. Prefiro os romances realistas-naturalistas (meu estilo literário preferido), por isso que Eça de Queirós, Machado de Assis, Gustave Flaubert, Zolá e José Saramago (que eu classifico como neo-realista) estão entre os meus escritores prediletos.

Prof. Luiz Fernando Neves Origuela

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